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Mostrando postagens de maio, 2025

Uma carta para um amor do futuro

Meu querido. Sim, querido. Não sei se já nos conhecemos, mas desde já lhe digo que sou complexa. Isso vai ser bem empolgante pra você no começo, mas com o passar dos meses talvez você perceba que isso é uma característica um tanto duvidosa. Qualidade? Defeito? Não se sabe exatamente o que é, mas uma coisa eu lhe dou certeza: Sou um paradoxo que você vai gostar, e que te vai dar um amor que jamais você vai receber de outro alguém. Uma coisa que eu te peço, é paciência. Alguns percalços aconteceram durante minha infância e me fizeram desenvolver alguns problemas psicológicos, mas não há de se preocupar muito com os tratamentos, porque eu sou bem precavida disso. Atualmente tomo alguns medicamentos e faço terapia; e nada disso me deixa longe do que eu realmente sou: uma pessoa cheia de amor. Amor por animais, por plantas, pela natureza, por livros, por músicas, cinema, arte, comida, frio, as vezes calor, chegadas e partidas, descobertas... Amor. Já tive outros amores, não posso negar. Que...

Para alguém que já se foi

Oi vó, sem mais nem menos eu parei o que tava fazendo pra lhe escrever. Vez ou outra eu tento me desafiar, sabe? Mesmo cheia de coisas pra fazer, ainda me ponho mais desafios, me provoco escrever, e lhe digo com certeza que é uma das coisas que me fazem escapar desse mundo cheio de turbulência que ando vivendo ultimamente. Acredita que durante o último ano conheci pessoas que ainda tem avós vivas, vó? E eu até chamei a vó dos outros de vó, sentindo uma certa saudade da senhora. Eu não sei que fundamento a vida viu em lhe levar tão cedo da minha vida, mas há de existir algum sentido que eu ainda não entendi. Tive que aceitar, e sentir a saudade tardiamente, quando fui descobrindo nossas semelhanças, mesmo que em mundos diferentes. Vó, escrevo essa carta ouvindo uma música do Ney Matogrosso, "Poema". Sei lá por quê escolhi essa música pra ouvir agora, escrevendo pra senhora, mas me traz um sentimento meio nostálgico... Tenho tido pesadelos quase todos os dias, acordo suada e ma...

Sobre meu último término

Nem todo término é sobre fim. Nem todo fim é sobre término. O meu último término foi mais sobre mim do que o outro. Mas envolveu os dois com muita dor. Eu tenho um transtorno de personalidade chamado borderline, que consiste em dizer que a pessoa é instável sentimentalmente. É praticamente a tradução do termo, de forma literal: na borda, no limite. Aquela sensação de ser 8 ou 80 é bem frequente por aqui, sabe? O que eu quero dizer, é que nem  tudo é tão simples pra mim, muito menos pro meu pobre músculo que pulsa o meu sangue, principalmente quando meus neurônios decidem confundir tudo. Antes do diagnóstico, eu só sabia ter depressão e já dizia pros meus colegas que era como ter um "câncer crônico". Depois de descobrir o border, resumo ser uma pessoa com uma ferida sempre aberta, pronta pra sangrar ou doer a qualquer arranhão. E foi assim que eu me senti naquele término, naquela tarde comum de um dia 31: uma ferida em um sangramento descontrolado. É muito ruim se sentir como ...

O casal mais apaixonado que eu conheço

Todos os meus dias no trabalho são regados de pessoas com 60 anos ou mais, raramente de crianças e isso eu acho o máximo, porque é uma fase que sei que ainda vou chegar (assim espero), então é como se eu tivesse vivendo um "spoiler" da minha própria vida. Com o surgimento das redes sociais, apareceu uma frase que virou legenda de muito casal "apaixonado": Casal que treina junto, cresce junto. Acho que não só treinando se cresce junto, mas possivelmente vivendo de fato, apesar das adversidades e do tempo. Conheci dona Gracilda e sr. Rogério ano passado, quando comecei a estagiar onde trabalho e sempre achei eles dois uns fofos. Ele é alguns anos mais velho que ela, tem em torno de 75 e 81 anos se não me engano (por aí, não consigo decorar a idade de todos). Quando a idade chega assim, o sentimento é que viver até então já é um bônus, mas eles dois não demonstram qie é só isso. Dá pra sentir que eles se amam mesmo. Pelo que parece, eles sempre fazem a maior parte das ...

Minha adolescência

Talvez a fase mais difícil na vida de alguém. Pra mim, foi da mesma forma. Eu me sentia a maior parte do tempo sozinha, mas mesmo assim tentava seguir uma constante, mesmo que não fosse minha. Coincidiu ser a mesma época em que eu terminei o ensino médio; a maioria dos meus colegas tava próximo dos 18 anos ou mais, eu ainda ia fazer 15 anos no 2º ano do ensino médio. Inclusive me recordo que minha festa não teve tanta presença dos meus colegas porque no mesmo dia houve um comício de política (cidade pequena só vive disso e pra isso). Mas não foi algo que me abalou tanto, no final das contas nem entendi o porquê de eu comemorar meus 15 anos. Não achei uma fase boa. Queria muito ter tido acompanhamento psicológico nessa época. Hoje em dia, com o dobro da idade que eu tinha na minha adolescência, vejo que seria fundamental pra eu me entender mais, pra não chorar tanto, pra não achar que devo viver para agradar os outros, pra saber que as descobertas novas fariam parte de mim pro resto da ...

Sobre uma decepção

Uma vez ouvi uma frase que ficou gravada na minha mente, até hoje: "A decepção vem de onde menos esperamos, e de quem mais amamos". Todas as decepções que sofri na vida, dentre essas 3 décadas, nenhuma veio de um desconhecido. Nenhuma. Ninguém está isento dessa catástrofe, dessa dor que é como se fosse um buraco sendo aberto no seu peito com um machado, a todo custo, ou até mesmo um punhal lançado a toda força pelas suas costas. E o pior, a decepção é como um choque, você nunca sabe quando tem um fio desencapado que vai chegar perto e pisar, ou encostar, ou molhar, sei lá. Acho que a pior das decepções que eu já sofri, vieram de pessoas que eu já gostei. Sempre fui uma pessoa sentimental, desde que me entendo por gente e isso me trouxe vantagens e desvantagens, fosse pra escrever, pra me expressar, pra ser criativa, pra me derreter de amores e de paixão, ou fosse pra levar uma queda quando me decepcionasse. A pior das decepções, ao meu ver, é quando minha confiança é traída. ...

Os meus maiores medos

Quando eu era pequena, acho que um dos medos que eu tinha era de morrer. Não sei bem ao certo porque isso vinha na minha cabeça, talvez porque eu vi minha avó preferida morrer e não ter tido tanto contato com ela como eu queria. Ela era muito carinhosa, ela me entendia como nem meus pais me entendiam e dela, eu acho que herdei dons espirituais, pois já nos encontramos em alguns lugares aqui em Fortaleza desde que me mudei. Medo é a sensação emocional que temos em frente a uma situação de perigo, de ameaça. Hoje em dia eu não tenho mais medo de morrer, muito pelo contrário. As vezes acho que morrer pra mim seria um alívio, mas antes que isso aconteça, eu gostaria de deixar uma marca concreta no mundo, algo positivo. E talvez um dos meus medos é não realizar alguns sonhos que pros outros podem ser bobos, mas que pra mim seriam suficiente... Eu tenho medo de tudo que eu escrevo, aqui ou em papéis, seja esquecido. Que no final das contas o que eu vivi dentro da minha cabeça e tentei extern...

Minha pessoa favorita

Minha pessoa favorita não fala, pelo menos não o mesmo idioma que o meu. E tá tudo bem, as vezes acontece de eu me apaixonar por alguém que não é acessível, mas minha pessoa favorita tem sido por enquanto. Ela é linda, tem um físico invejável, atenção redobrada a qualquer movimento estranho e tem lá seus lapsos de rebeldia, mas quem não tem, não é verdade? Tem um coração puro e ultimamente tem sido mais carinhosa que o normal (e eu adoro isso). De longe, ela é a pessoa que mais convive comigo, as vezes a gente briga uma com a outra mas relacionamentos não são perfeitos, convivência com pessoas de personalidades diferentes também não. Ah, ela vive pra dormir, e as vezes troca o dia pela noite. Acho isso engraçado até, porque eu gosto quando dormimos juntas, mas as vezes ela tira a noite pra implicar com os vizinhos. Eu conheci ela na pandemia, era tão fofa que dava vontade de apertar bem muito, até ouvir um miado de lamento kkk mas depois daquele primeiro dia juntas, eu vi que ela seria...

A sensação de estar apaixonada

Esse texto poderia ter um significado muito bom pra mim, mas como os demais textos, acho que esse será apenas sobre lembranças das vezes que meu coração bateu mais forte. Para pessoas que ainda não sabem, eu tenho um transtorno mental que afeta qualquer relação interpessoal, envolvendo hipersensibilidade, emoções mais fortes que o normal, instabilidade e impulsividade. Essa informação é de muita importância para o assunto que vou tratar agora: PAIXÃO. Costumamos ter na literatura nacional ou estrangeira, vários romances e contos que endeusam o momento em que a paixão arrebata um casal, mas também existem as almas grandiosas que um dia escreveram sobre o amor de forma melancólica, porque todo processo é doloroso, se não sozinho, acompanhado. Dizem que antes de amar, o ser humano se apaixona, e essa fase talvez seja uma das piores fases (pelo menos ao meu ver). Para mim, Joice, se apaixonar traz não só uma sensação de frio na barriga ou no peito esquerdo. Traz dor. O borderline vivenciou...

Família

Significado segundo o dicionário: substantivo feminino Grupo de pessoas que partilha ou que já partilhou a mesma casa, normalmente possuindo relações de parentesco, de ancestralidade ou de afetividade. Se eu fosse procurar mais a fundo os outros significados para família, com certeza iriam aparecer várias distinções. Mas a que eu escolhi escrever, é sobre a família que podemos escolher. Parece um clichê de décadas, falar que a gente pode escolher a nossa família. Só que parando um pouco pra pensar a respeito, é até melhor dessa forma. Contudo, até chegar essa forma de entender, aconteceu muita coisa antes... Na árvore genealógica da minha família, a nossa raiz é bem grande, diferente dos dias atuais. Eu tenho um número considerável de tios, mas contato mesmo eu só tive com uma. Quando eu era criança, lembro das pessoas olharem minha família com um certo respeito, talvez por aparentarmos ser uma família unida. Mas a gente só aparentava mesmo. Já tive minha época de lamentar pela minha f...

O meu primeiro beijo

Esse "marco" na vida de uma pré-adolescente, nos meios televisivos e histórias de cinema, costumam ser uma coisa bem romantizada. Confesso que imaginava que o mesmo poderia acontecer comigo, mas foi completamente diferente. O primeiro beijo é como se fosse uma despedida da infância e um "seja bem-vindo" à vida amorosa, onde no meu caso futuramente seria uma caminhada repleta de medo de abandono e adaptações pra caber na vida das pessoas que eu gostava (ou achava que gostava). O primeiro cara que eu beijei não tinha nada (simplesmente NADA) a ver comigo e sequer tínhamos contato em algum momento da semana, ou em qualquer outro ambiente o qual eu frequentava. "Mas como você conheceu ele?" eis a questão, ele que me conheceu primeiro e me "procurou". O nome dele é Igor, mas como nas cidades pequenas do interior todo mundo é conhecido por ser filho de alguém ou por algum apelido específico, ele era conhecido por "tatu". Não faço a menor idei...

A memória mais feliz da minha infância

Falar sobre infância é ter uma dicotomia de sentimentos. Cursando licenciatura em geografia, pude ter contato com disciplinas que não bacharelado eu jamais teria e uma dessas disciplinas envolvia psicologia. Na disciplina de psicologia da aprendizagem, a gente aprende que as crianças se desenvolvem melhor a partir da interação delas com o ambiente, independente de ser o ambiente voltado para a natureza ou o ambiente em questão de práticas de rotina, estudo e o contato com a sociedade.  Minha infância foi uma das melhores épocas da minha vida. E quando alguém fala de memória, da melhor memória de quando eu era criança, acho que posso resumir tudo que aconteceu de bom à uma palavra: Inocência. Sei que parece ser algo bem generalizado, pois a inocência pode estar presente até hoje na vida das pessoas que já são adultas, que estão chegando a sua melhor idade ou até mesmo no caos que é a vida de um adolescente. Porém, nada se compara a inocência que uma criança carrega consigo. Quando e...

O meu primeiro amor

Sabe aquele filme "Meu primeiro amor"? Aquele que o Macaulay Culkin morr* de picadas de abelha e parte o coração de qualquer ser humano que tiver assistindo? Pois é, acho que duas das mensagens que o filme tem a intenção de passar são: 1. O amor é genuíno, isso é explícito quando acontece entre duas crianças e; 2. Em algum momento, de uma forma ou de outra, o amor pode deixar de existir. O meu primeiro amor não teve um fim trágico, mas aconteceu da forma mais inocente e espontânea que poderia acontecer. Ele era meu coleguinha de escola, o conheci na "alfabetização"...  Como uma criança cheia de incentivos em casa, eu era bem empolgada na escola, principalmente pra aprender a ler e a escrever. Disso não tenho o que reclamar, meus pais me disciplinaram pra ter autonomia e sucesso nos estudos, independente de qual série eu estivesse fazendo. Mas confesso que só tive um bom desenvolvimento com amizades no ensino fundamental I, que foi a melhor parte da minha infância. U...

Uma preliminar

Em algum momento da vida, procurando sentido no "escrever", vi uma frase de Bukowski que dizia:  "Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura". Eu não leio Bukowski, nem sei se concordaria com o que ele escreve, mas essa frase ganhou um significado pra mim.  Atualmente estou distante das redes sociais por escolha e por saúde, mas a escrita sempre vai ser minha válvula de escape preferida, fazendo com que eu acorde dos meus pensamentos loucos e sem sentido, que tantas vezes tentam corromper minha sanidade e minha essência. No último mês, a ideia de escrever um livro apareceu na minha mente e até vi uma possibilidade de mostrar minha autenticidade com algo que eu tenho muito a falar, mas por hora estou escrevendo o TCC e ao mesmo tempo maturando a ideia de ser uma pseudo escritora. Contudo, minha cabeça não pára e afim de proporcionar proteção à mim e à ela, aqui vai mais um desafio de 30 de dias de escrita. Pronto(a) para ter sensações de coração quent...