Os meus maiores medos
Quando eu era pequena, acho que um dos medos que eu tinha era de morrer. Não sei bem ao certo porque isso vinha na minha cabeça, talvez porque eu vi minha avó preferida morrer e não ter tido tanto contato com ela como eu queria. Ela era muito carinhosa, ela me entendia como nem meus pais me entendiam e dela, eu acho que herdei dons espirituais, pois já nos encontramos em alguns lugares aqui em Fortaleza desde que me mudei.
Medo é a sensação emocional que temos em frente a uma situação de perigo, de ameaça. Hoje em dia eu não tenho mais medo de morrer, muito pelo contrário. As vezes acho que morrer pra mim seria um alívio, mas antes que isso aconteça, eu gostaria de deixar uma marca concreta no mundo, algo positivo. E talvez um dos meus medos é não realizar alguns sonhos que pros outros podem ser bobos, mas que pra mim seriam suficiente...
Eu tenho medo de tudo que eu escrevo, aqui ou em papéis, seja esquecido. Que no final das contas o que eu vivi dentro da minha cabeça e tentei externar não valha de nada com o passar dos anos, ou que ninguém aproveite isso pra tornar sua vida melhor. Eu sempre quis ajudar as pessoas de alguma forma; os pequenos gestos diários sobre ceder um lugar no ônibus ou segurar uma bolsa nem contam, isso é tão genérico, praticamente todo mundo pode fazer isso. Eu queria bem mais, queria minhas palavras espalhadas pelo mundo, mostrando que não só eu pude ser resistente e resiliente, mas qualquer pessoa pode ser.
Outro medo que eu tenho é não poder viajar pra fora do país. Não é uma coisa que eu esteja sedenta a fazer, que é uma coisa que tá na lista de "top 10 coisas para fazer antes de morrer", mas eu queria ter a sensação de conhecer diferentes povos e nações. Já pensei em me candidatar pra ir a outro país ser voluntária em ONGs ou até mesmo cuidar de necessitados e refugiados de guerra. Sei que essa possibilidade existe, então é algo que sei que ainda tenho chances.
Outra coisa: tenho medo que o medo me destrua. Minha mente não trabalha muito ao meu favor, e na ultima semana decidi que seria diferente e estava até sendo, se não fosse uma pessoa específica me desestabilizar com atitudes descabidas, me humilhando e me rebaixando a um lugar que eu não pertenço. Mas sinceramente, eu não tenho medo disso, eu sei que posso recomeçar.
Por ora, meu último medo é não ser útil. A sensação de que eu nasci para servir vem comigo desde a minha infância, não só pelas coisas que eu fazia em casa ou na escola, mas é algo que eu não consigo explicar. Eu me sinto mais viva quando estou ajudando alguém, sinto que tô cumprindo o meu propósito com o mundo, então, o medo de ser um peso, ou de não conseguir fazer algo benéfico pra alguém, fica escondido dentre outros sentimentos que tenho.
Talvez seja uma boa oportunidade pra mim pensar em como lidar com isso, mas medos são tão comuns que acho que com o passar dos anos uns se acabam, outros vão surgindo. É como se fosse o ciclo normal da vida. O que é bom pensar, é que deixar ele tomar conta da gente não é saudável.
Sigo tentando exterminá-los, na base da boa consciência.
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